
Por Jo�o Lopes, Record
Carlos Manaca, um nome que marcou uma �poca no futebol portugu�s. Sportinguista, nascido na Beira, em Mo�ambique, chegou a Alvalade na temporada de 1965-66, como avan�ado e demorou quase cinco �pocas a fixar-se na equipa principal, como m�dio e... defesa. A residir h� 23 anos em Toronto, este mo�ambicano, de 63 anos, tornou-se, por�m, famoso, n�o por aquilo que fez no Sporting, mas por aquilo que fez pelo Sporting. Um autogolo, no final da �poca 1979-80, quando envergava a camisola do V. Guimar�es, que valeu um t�tulo ao emblema leonino, no fundo, o emblema do seu cora��o.
Um estigma que carrega at� aos dias de hoje, mas que explica sem rodeios. Uma cortina de fumo, lan�ada por aqueles que se preparavam para dominar, com m�todos menos claros, o futebol portugu�s. Nunca se refere ao FC Porto, mas � esse, claramente, o alvo das suas cr�ticas. "Esse autogolo serviu para distrair o povo portugu�s e afastar aqueles que eram os mais cumpridores do que � o futebol, dando espa�o de manobra a 20 anos de vergonha, mentira e neg�cios obscuros. Aproveitaram para fazer isto tudo, como se fossem v�timas de uma cabala", dispara o antigo jogador leonino, n�o se mostrando, contudo, surpreendido com a situa��o: "Em Portugal, tudo � poss�vel, pois a justi�a est� no cemit�rio. O pa�s � o que � e vai continuar a ser."
As cr�ticas do antigo jogador mo�ambicano n�o se ficam por aqui. "Nem sempre os que dizem as verdades conseguem provar. Fico pasmado quando oi�o governantes dizerem que o que hoje � verdade, amanh� � mentira. Depois desse acontecimento, controlaram, dominaram, fizeram do futebol portugu�s aquilo que ele � hoje", argumenta Manaca assegurando que a decis�o de abandonar Portugal e radicar-se no Canad� "nada teve a ver" com o autogolo marcado em Guimar�es.
Foram os sucessivos incumprimentos salariais, nos diversos clubes que treinou, que o levaram a mudar de vida. "Treinei o Peniche, consegui levar a equipa � liguilha para subir � 1.� divis�o e percebi aquilo que era trabalhar... por nada.
Estive oito meses em Peniche, sem ordenado. Depois, no Sacavenense, cinco meses sem ordenado. Em dois anos, pagaram-me quatro meses. Ao fim de seis meses no Sacavenense, decidi sair e vir para aqui", recorda, reiterando que n�o saiu de Portugal "por causa do autogolo." "A minha consci�ncia continua limpa", garante.
Sofrer � dist�ncia
Apesar de n�o ir a Alvalade h� j� algum tempo, continua a seguir equipa e afirma que "falta muita coisa." "� uma equipa completamente partida. Durante um quarto de hora � capaz de per�odos de jogo positivos, mas depois volta ao negativo. O Sporting tem hoje uma defensiva fr�gil, um meio-campo que � o melhor sector e Liedson, que necessita de outro companheiro", constata Manaca, concluindo: "Para o ano, se o Sporting quiser limpar a imagem, 5 ou 6 jogadores devem ser substitu�dos."
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