quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"EM NOME DA PATRIA" by Brand�o Ferreira livo sobre a Guerra Colonial

Checa de Negomano
Manuel Araujo

Lisboa, 26 Out (Lusa) - Tr�s d�cadas ap�s o fim da guerra colonial, Brand�o Ferreira questiona no livro " Em Nome da P�tria " se os portugueses travaram uma "Guerra justa" e se tinham o direito de a fazer e conclui que a descoloniza��o enfraqueceu o pa�s.

O livro, com quase 600 p�ginas, � lan�ado quarta-feira, na Academia Militar, em Lisboa, pela Publica��es D. Quixote.

No pref�cio, o professor universit�rio Adriano Moreira recorda que "foi o elo militar o definitivamente atingido pela fadiga, e a decis�o, do centro do poder que deslizou para as bases, foi a de colocar um ponto final na guerra, logo com o apoio ao regime pol�tico mas inevitavelmente com o efeito colateral de colocar um ponto final no conceito estrat�gico secular"

Para Brand�o Ferreira, n�o � surpreendente que, tr�s d�cadas depois de terminada a guerra colonial (1961-1975), "a nossa sociedade se encontre completamente dividida em rela��o �quilo que se passou e � verdadeira interpreta��o a dar aos complexos acontecimentos ent�o vividos".

No entender do autor, imp�e-se "conseguir um conjunto elaborado de conhecimento que permita que a na��o portuguesa caminhe para um futuro assente em bases s�lidas e verdadeiras e n�o sobre falsos postulados".

O tenente-coronel piloto-aviador Brand�o Ferreira, 56 anos, � um militar de transi��o entre dois regimes pol�ticos. Estava ainda na Academia Militar quando ocorreu o 25 de Abril de 1974 e seguiu depois para os Estados Unidos.

Esteve 27 anos na For�a A�rea e foi adido de Defesa na Guin�-Bissau, Senegal e Guin�-Conacri. Nunca combateu na guerra colonial mas os valores que professa no livro (P�tria, um Portugal do Minho a Timor) s�o os dessa �poca.

Os seus princ�pios parecem inabal�veis: "Por aquilo que � secund�rio, negoceia-se; pelo que � importante, combate-se; pelo que � fundamental, morre-se�

No seu entender, com a descoloniza��o, os portugueses perderam "liberdade estrat�gica" e ficaram "enfraquecidos e divididos como comunidade".

Apesar de declarar que n�o pretende impor "uma linha de pensamento �nico" mas sim reflectir sobre o tema, Brand�o Ferreira opina que "Portugal fez uma guerra justa e, al�m disso, tinha toda a raz�o do seu lado".

Admite, contudo, que �a guerra � sobretudo uma luta de vontades.

O militar culpa Marcelo Caetano ("uma pessoa de bem", com "grandes qualidades intelectuais") de nada ter feito "para contrariar eficazmente" aqueles que ent�o come�aram a defender a independ�ncia das ex-col�nias.

No livro, Brand�o Ferreira rejeita Nega que a guerra fosse insustent�vel, nomeadamente devido ao n�mero de baixas portuguesas: �A verdade � que, por ano, morria mais gente nas estradas de Portugal Continental do que nas tr�s frentes de luta em �frica", sustenta.

"Ser� mais digno combater no Afeganist�o que no Estado portugu�s da �ndia? No L�bano que em Angola? Na B�snia que na Guin�-Bissau? No Kosovo, que em Mo�ambique? S�o estes os novos ventos da hist�ria?" - pergunta.

MF.

Lusa/Fim


Sem comentários: